Sunday, August 26, 2012

...nu(ma voz)


 
...como pactos do diabo em vis loucuras
abraços corpo no corpo da tua voz
carne de carícias soltam-se das algibeiras
como máscaras vendidas nas feiras a preço de nada
três por um a ser escada de salvação
gemidos são escape inalterável contradição do ser

...mendigos por um pedaço de chão
humus lodo afundam viris cinismos
olímpicas passagens de salteadores da arca escondida
a cadeados acorrentam-te liberdades

...fugas vespertinas em alarmes de azul
corrompem enlaces suspensos em notas de cinzento céu

Olha o céu nuvens de contrastes chamam o teu nome
és tu em cima do negro véu
cobre máscaras encobertas que sorriem
brincam de passagem às passagens de níveis que corroem verdades
...como pactos do diabo em vis loucuras
abraços corpo no corpo da tua voz.

Tuesday, August 14, 2012

...como anjos



Finda-se a noite em jugulares de azul como quebras oblíquas a remarem figurinos em asas de anjo
cortados encantos de sobreaviso ao luar

Contém-se a carne na dor que não se sente a cortar choros contidos na compulsão do nada
sorrisos em desafios de virtudes aladas rogam suspiros de afagos...

...as fadas tecem a hora
em linhas desfiadas a cercar silêncios
tremuras conjugadas na brisa da aurora queimam chuvas de porfírios lá fora

...há males nas frestas do frio
rotas ilusões saltitam solfejos
miras a cercarem anjos desnudados na pele sufocam palavras
como sorrisos de rompante a tocarem esquinas
no céu de logros que a tua mão te deu
a pendurar enfeites acariciam luas na noite do céu dos teus desejos

Finda-se a noite em jugulares de azul
como miras de anjos desnudados na pele
...sufocam afagos.

Monday, August 13, 2012

...a pressa

Photo taken from here

Há livros abertos na estante descalça a gritarem reinos desertos
sem teres os teres descoberto nas ausências das cores a rasgarem ondas ao luar
incertezas a serem maiores
grotescas paisagens despidas na pele.

Em toques de fel rugem trocadilhos em ironias
percalços descalços tropeçam incautos
rainhas como pedras em véus negros cobertos de chuva ávida
corroem recantos a rasgarem luares em ondas despidas na pele.

Encruzilhadas a turvarem-te a visão colhem frutos desertos áridos de paixão
a serem desertos ávidos como caves desabitadas a trocarem olhares fugazes que foram
são ruas por conquistar deambulando fracas ao luar.

Corre que a vida não espera enquanto esperas que te caia o tempo no desalento da demora
corre que o sonho fechado a cadeado na memória adormece

(e foge-te por entre os dedos incapazes de filtrar os silêncios a serem horas de loucuras)

corre e espera sem esperar que o caminho faz-se em pressas a pararem segundos...

(draft for a song)

Saturday, August 11, 2012

...liberdades confessas

Photo taken from here

...não me importa quem tu és
ou foste disseste sentiste mentiste
não me importam as palavras
ou cadentes alegorias falsificadas
penduras frágeis fios de prumo decadentes
viro as costas de máscara em punho
cerro as mãos ao caminho
trilhos descompensados cercam desafios

...não me importa quem tu és
quem vês é mirone mascarado ao luar
sob a luz dos dias a silenciar coragens
não me importam as derrapagens
vómitos bloqueados na palavra
viro-te as costas e sigo alerta
para trás chocam os louvores
do que era não eram valores

...sorrateiro de degrau em degrau
nas esquinas roucas a tecer enganos
contas sorrisos
mentes promessas
brancas são as noites de insónia

(draft for a song)

Friday, August 10, 2012

...frente-a-frente

Photo taken from here

A dançar pé ante pé
tropeças nas pedras ocas de ti
jogadas no suor da tua fé
agora sabes que não te menti.

Boatos feitos câmaras ardentes
ardem em corações feitos pedra
como gelos de certezas dementes
ferem laços que jamais se perdem


Eu sou aquela a tal o teu pesadelo
cercado da bruma que em ti cai
no orgulho petulante que foste
frente a frente
eu sou aquela que ignoraste até então
sou o teu pesadelo
serei o teu pesadelo.

(draft for a song)

Thursday, August 09, 2012

...foi em vão

Photo taken from here

Passam os dias a correr na pressa dos dias parados por esquecer
não esqueces a história em contos de fadas que te contaram
nos dias parados a correr na pressa dos meus passos cansados
viras as costas ao poder
sabes que as guerras morrem na paz dos olhos teus
a deitarem faíscas de feras selvagens em gritos meus

Por entre caminhos fizemos-nos pôr-do-sol
em milésimos de segundos somos reis destronados da vida
passos percorridos cansados voltámos atrás
nada feito tudo desfeito a reconstruir
histórias como contos de fadas que te contaram
num mundo de sonhos a ruir
em guerras a morrer na paz dos olhos teus
viras as costas à saída
fazes-te pegadas no amor do espaço onde te guardaram
nos suspiros meus teus pararam.

Queres saber como fui por aí
nas escolhas desconcertadas a tocarem ventos sem chão

Sabes que o saber de te ter foi escolha feita em vão
queres saber o que sabes
foi em vão
foi em vão

(draft for a song)


Wednesday, August 08, 2012

...Vertigem

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Ser capaz de sentir a ilusão alta a fazer-se chão
nos dias e noites somos filhos
marionetas no caminho a honrar a solidão

Laços da razão a perderem loucuras vãs na tontura de sermos
sonhos em escassos segundos feitos papel de sentidos
fúrias de amores a crescerem juntos

Um espaço
caminhos a cruzarem semáforos vermelhos de pegadas passadas
jogámos as cartas rasgadas ao vento
e hoje somos vidas a ser
a serem tonturas em fúrias de amores a crescerem juntos

E tu qual escada rolante ascendente
acreditaste que um dia te fugiria o vento em zigzags de memórias
mas tu
tu quiseste ser
a contra-relógio de fugas concertadas um mito na história


Somos um
assim como tu e eu
a sermos dois num frágil céu

Somos sonhos a serem
serem mitos na história
(draft to a song)