Monday, April 21, 2014

.spin.(ing).



.ten
ta
num segundo alcançar
a vida
ar
risca
arrisca o alcance do olhar
de fugas escapes de memórias
vagar
devagar colheste os frutos
maduros
de tempestades de vento e mar
descontrolados
razões
que te levam a cobrir
memórias escapes de fugas
como figos maduros
invasões dos sentidos
queridos
após a seiva que te corre nas veias
por entremeio de teias

.rasgaste o negro da sombra
na luz que tomba
sonhada em dias de luar

.carícias de sol
amar
amas assim
leves aromas de cor
oscilantes tentações

.queres
os passos dados
de volta
revolta
atordoas
te

.dardos disparados como tiro ao alvo
na nudez de corpos mudos
em toques

.sentes des mentiste
reuniste
te
nas peças caídas arrumadas com zelo
na mesinha de cabeceira que tacteias
às escuras
rastejando pelo chão
quente

.ten
tas
escapar
ar
no ar
que respiras
rarefeito
inspiras
um suspiro calado
na penumbra
como ecos sem ecos que ecoem
tempo morto reanimado

.ar
arriscas
um só dia
e mais um
sem noites que calem o silêncio
mudo
ensurdecedor
ecos mudos

.spin around
and round
como a terra que gira
em vénias de luares
escondidos
pelo sol.

Monday, April 14, 2014

.procuram.te.

photo copyright IGarcia

.circundam corpos
à procura de corpos
outros
a mais
que queimem o tempo que corre
entre nós
vagueiam sobressaltados
vagueiam ventos e mares de terras desabitadas
tumultuosos esquecimentos da demora

.corpos à solta vagueiam
tempos de outros tempos
de palavras
soltas
reviravoltas
procuram
escarpas a partilhar
relances de oportunidades em conversas
desabafos
despejam sentidos sem sentido
procuram a fuga dos dias
ruas apinhadas de voluptias
não são
uma palavra
olhares
sorrisos que permitem
se permitires
encontrarem
te
fugazmente num qualquer recanto partilhado
corpos que vagueiam
volteiam confusos
na confusão do ser que
seriam
papel pardo a embrulhar castanhas assadas
meia dúzia a três
seis a dobrar prazeres

.circundam corpos
à procura de outros corpos
feitos palavras e sorrisos de segundos
restias de tempos a serem
ventos incapazes de serem

.semicerro os olhos
não ver
vejo
seres desencantados
à escuta
permutas dos sentidos
não vejo
a fuga do teu viver
escuto
escolhas a adorar altares
figuras de estilo metamorfoseadas
meta
morfoses
sem meta
não vejo
já não vejo
figuras de premeio a envolver memórias
foste ontens
em soldo de feiras em pregões gritantes
oferecem
se
dois cêntimos
três regateados

.tontos corpos que procuram corpos
danças de chuva e vento rugem
sob o sol acima do mar
sem ondas
já sem
já...