...trago a noite nas algibeiras
a cantar o fado que se perdeu nas ruas de alfama
e as ausências feitas aqui gritam em exclamações de amor
porque foste para lá onde não te sinto
cumplicidades de outros tempos pairam no ar que respiro
aqui por aí
calam a tontura de saber
ler
não ter
as linhas em recaídas nos batimentos de paragens cardíacas a contar os anos na palma das mãos.
...trago a vida nos bolsos vazios a soluçarem de morte
desbotados rasgaram o tempo de ser
jogos de sílabas toque e foge decadente em infâncias de crescidos a pedirem esmolas
mascarilhas de guerras à desgarrada desmitificadas pela cadência do olhar
que já não olha
não olhas
viamos
viamos-nos no correr dos dias a parar devagar encantado de mitos a viverem o auge da cor
viagens memorizadas no peito
onde se calam os tempos
os outros tempos
aqueles
das estrelas cadentes e guitarra na mão
como a dança que faziamos à beira-mar em luares que se seguiam a dias iguais
e noites
sorri
a censura faz-se tarde quando não há nada para censurar
cumplicidades
aqui por aí
calam a tontura de saber que...
...trago a noite nas algibeiras
a cantar o fado que se perdeu nas ruas de alfama.
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