Thursday, January 12, 2012

...for/got


...acreditar na razão com a certeza feroz de quem não teme nem temeu nunca a ilusão caiada no peito
na vista turva de olhos vendados em dúvidas de deleite a serem esquecidos por mais um dia
tropeçaste na fuga do outro em caminhos que não eram os teus a assombrarem-te hoje e amanhã as noites em sonos de insónias a palpitarem nas palmas das mãos sorrisos de encostas derrubadas por um sorriso
deténs
tens o pedaço de terra que te convém delineado em traços esbatidos de letras desarmadas em esforço
esforços de rumores cantados nas noites frias em fados vadios de bares sobrelotados na rua da escória
vultos a cruzar a tinta dos dias
sobrepõem-se na imponência da arrogância dos teus olhos
sabes
a chuva que cai la fora fica dentro de mim em vazios de notas soltas compassos de espera
sei
a luz o sol a vida trespassa-me a cada segundo que passa e leva um pedaço de ti
e eu
eu escrevo naquele papel já amarrotado de anos idos
procurando a linha que siga a conduta
que sigas
por entre encruzilhadas e semáforos inertes a pedirem-te vem
vai
e a chuva cai
e a vida escolhe de entre as cores a cor que te cerca
abraço carente de mais um espaço
sim
fica
no mapa dos dias em papeis amarrotados largados na estante de cinzas e odores
o que não escrevi
és tu

...sabes
a chuva que cai la fora fica dentro de mim em vazios de notas soltas compassos de espera.



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