Bruno Pagnanelli
Volúptias de veludo
trepam vulgares capazes fugazes
alvores da consoada
refeitas as malas
falas ecos
miram-te escárnios
de chuva ou sol
faz frio...
E a sorte morre à porta.
...abençoados são os dias do não
ao anoitecer faz-se tarde
e amanhã já não será em vão
senta-te espera
desespera
ostenta figos maduros a apodrecer no chão
na tua mão
mãos que se colhem à revoada
névoas insultuosas
gemem loucas no eco.
Há reflexos a desfolhar
debater
atraiçoar...
engana a sombra de ti
à luz do dia
que é tarde
faz-se tarde neste anoitecer de figuras de estilo
metáforas cantam errares traçados
mil fados de ti tacteiam vozes
caladas
séculos de escuridão gelam odores
e a razão
de ser
sem ser
foram becos de lugar algum
saídas de entradas esconsas
tumultos de iras tónicas
em crónicas de aconteceu...
e as palavras que pecas agora dobram esquinas.
Partem as memórias
ao espelho repartem silêncios.
...mira a vida
troca o palco
de pé descalço fez-se homem.
Cala os dias ao anoitecer
que a vida são volúptias de prazer.
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