Monday, February 18, 2013

...la (mo)vida

Paul Schneggenburger (Art by the Author here)

...mil passos dados
um só cair do pano
palcos cerrados
punhos encerrados
em nós

...um só passo caído
no cume da memória
estreitos cumprimentos da chegada
adeus em acenos de costas voltadas
à razão

...mil estradas caminhos
desavindos na bem-aventurança esquecida
pontos de partida
chegadas
de vermelho em semáforos
andam acendem
culminares
olhares que se cruzam
descruzam linhas trocadas
por enganos
desenganos tolhem rombos nas escadas
degraus de subida
passagens de idas
sem volta
a voltarem revoltarem segredos
púlpitos escondidos
verdades apalavradas em contratos de papel pardo
erguem cartazes em altares sagrados
rejubilam os engodos

...mil passos dados
um só caminho
fecham-se as portas
abrem-se pecados devoram histórias
idas à volta te esperam
em secretos adeus
de olhares enlaçados.

Thursday, February 07, 2013

...(a)mais

Photo taken from here

Não sei se te diga
ou escreva
talvez entendas ou sub-entendas
o não dito nos silêncios que farei...

...não sei se sub-entenda
ou emende
a escrita que tracei no nosso rumo
a verdade a ser mais que ilusões
equilibradas num fio de prumo

...não sei se te renegue
a realidade a ser ilusão
de tanto querermos ser mais
fomos tamanha devassidão de sinais
perdidos em escapes de fugas elaboradas
e mentiras feitas vaidades
a céu descoberto
encoberto de nós
tontos sonhos enriquecem memórias

Não sei se te diga
ou erre os dedos enlaçados de outrora
se sub-entenda mal-entendidos
nos silêncios que foram demais
meros sinais na devassa...
...a remediar sentidos.

Sunday, February 03, 2013

...fat(u)o

Creative Photography by Hari Sulistiawan

Rugem os segundos
gente sem face calcam espaços no vazio
sem abrigo com tecto pilim ou razão
volteiam danças a surripiar ribaltas a quem passa trauteiam trotes
passos que vão ficam esfumam-se em solidões rodeadas de faces
desfiguradas
estrangeiros na mesma terra
ungem mundos grunhem escarlates ditos desditos
tatuados no ar rarefeito que nos consome
valas abertas como abismos
copos a tilintar brindes desprovidos de história
sorriem as glórias caídas de ti
no teu peito verdades rasgam ímpetos
comovem-se as solidões e verdades maiores
erguem pilares edificam estátuas na pele
fogos fátuos desmembrados
a serem enleites de sussuros
em vitórias.