Monday, May 07, 2012

...in veritas satire


...um palco negro em molduras de luzes foscas
toscas
ocultações de sonhos em telas arrasadas pela água que escorre das paredes
húmus
focos de memória
perturbações ensanguentadas em filmes de zigzags feitos histórias de embalar
meninos
crescidos a acreditarem no bicho papão debaixo dos lençóis a sorrir
tonturas de céu e mar
extravasam o olhar em rituais de sonhos

...transborda a vida
a cor
velozes verdades ocultas na palma das mãos
a sentir
sorrisos de tristezas a pairar
no ar rarefeito dos dias a contarem segundos nos bolsos vazios de farpas
escarpas
a escapar no fim dos dias
quando a noite se põe no sol em horizontes à sombra encostados
em luares de flores arrancadas cá dentro
e tu a cantares
a vulgar tontura de seres
serões aquecidos nos abraços à lareira
trocas de silêncios feitos solidão
a dois
sem dois ermos túmulos a julgarem
a tinta dos traços que lias a sentir ânsia de ser
a ser a ânsia de ver
a ver a tinta a escorrer dos sonhos no ecran
espelhos cá dentro a rugirem
escarpas
a escapar no fim dos dias.

...um palco negro em molduras de luzes foscas
na ignorância a ser
nossa em sentidos desfeitos
luzes a contraluz encarceradas em nós
como somos sós...
na fúria dos dias em sonhos de aves de rapina a quererem ser
a serem
um mais um
dentro de nós.

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