Wednesday, March 28, 2012

...be(lieve)



...will i have the chance to be me be free again live again?

...a contar os dias pelos dedos das mãos que teimam em cercar
me cercar em abraços ditos ternuras longe de serem gritos em fúrias contidas
laivos de esperança nos dias
a correr aos saltos como membros desmembrados sonhos castrados ao vento
queria
quero poder cortar-te as fugas no olhar
as chamas nos céus incandescentes a raiarem a loucura
ser como a brisa que te lembra a inocência dos sorrisos de quando ligavas sem ligares à chuva lá fora
mas agora
agora as noites desfazem-se em interrogações
suores a gemerem cá dentro a sentirem a pernoita de ilusão
queria
eu queria a querer sem querer apenas porque quero ser
ser outra vez
assim como quem adormece e acorda nos olhos teus
realidades paralelas em frágeis sentidos
e sei
eu sei tão bem bem demais que o ontem fez o hoje sem o amanhã dos tumultos assombros
e sei
eu sei tão bem que será
seremos melhores
assim como quem ainda acredita nos monstros debaixo da cama e no bicho-papão
assim como quem ainda acredita nos sonhos a serem
apenas serem
escolhas em oportunidades mil a serem
apenas serem
o amanhã a crepitar no orvalho das linhas na palma das mãos
balões de glória em esperanças a sorrir
mas
queria
quero poder ser sentidos nas horas breves em prolongamentos de segundos a contornarem esquinas desabitadas
suspiros em gemidos de prazer
snobes orgulhos de humildade a serem reis
...e sei
eu sei tão bem bem demais que o ontem fez o hoje sem o amanhã dos tumultos assombros


...i will have the chance to be me be free again live again!




Thursday, March 22, 2012

...D(e)ar




És amor antes que possas sequer concebe-lo
ou pensar ou dizer uma sílaba sequer
na moldura resguardada no espaço ainda vazio na parede pintada em tons de azul céu sorris com o teu olhar da recém descoberta do que é a vida
e sem que possas entender estas palavras que te escrevo sonhamos juntos no correr dos dias na certeza do calor de te ter nos meus braços
enlaces de ternura
póstumas aventuras e gargalhadas em ecos reflectidos na bruma que nos cerca
certos dos momentos que partilhamos desde o primeiro segundo
o bater do teu coração dentro de mim
assim como quem sonha e vive a memória
assim como quem sabe que tem sem ter
contos e pespontos contornados nas histórias de quando ainda davas os primeiros passos
um olhar sem olhar
filmes tatuados no papel das linhas que escrevemos
a dois
a três
idealismos feitos sensação
a sentir ao toque notas em bequadros a embalarem-nos os corpos
condições derradeiras da juventude imortal

És amor antes que pudesses sequer concebe-lo
hoje
estas palavras são a carta que um dia
um dia quis que lesses
assim como quem acorda e afugenta a preguiça
assim como quem diz: amo-te antes de saberes que o amor é tudo o que existe
a mover-se por entre as estradas do pensamento a querer ser maior que os homens que desmentem
em tentativas de faces mascaradas a sorrir na contra-luz
tu és a minha luz
em abraços de palavras ditas no silêncio das noites
insónias
de dia
e a saber que chegou ao destino sem cadeados que a cerquem ou censuras a castrarem os sonhos
És amor antes que possas sequer concebe-lo
a sentir ao toque notas em bequadros a embalarem-nos os corpos
condições derradeiras da juventude imortal.

Tuesday, March 06, 2012

...Romance



...as luzes caem na cidade em esperanças como reencontros a baterem à porta fechada gritos convulsivos resignados
fecham os olhos e a chuva cai
lá fora
destemida em compassos de memória
nas algibeiras de suspiros a transbordar caem romances de boca cheia a refazem a tentativa de serem mais um dia
noites a quedarem-se nos olhos teus
fechados por silêncios em colcheias em despique
de abismos à espera
de mais um dia
noites a cantarem baixinho assim no teu colo onde me sustenho em abraços tidos como promessas do melhor
...há um frio que gela as dores
calores a sondarem as linhas na palma da mão escritas em tentações que ousaste ser
por mais um dia
noites em sombras dançantes como bailes mafarricos no arco-íris contido
fantoches a sussurarem míticas vazias sílabas loucas do abecedário incompreensivel que foi
fora por um dia as contagens decrescentes da morte
por ti
resgates de tentações
a saborearem as hóstias da agonia

...caem as luzes na cidade
no silêncio da paz dos olhos teus
semicerrados no horizonte do teu espaço
a fazer-se encantamentos de romances de mãos cheias
cadeados cerrados nos bolsos vazios que regateias por um tostão
mas
lá fora
fecham os olhos e a chuva cai
há um frio que gela as dores
em brincadeiras de foi será
são verdades inconsequentes a saltarem à corda
1 2 3 serenatas no teu peito

...caem as luzes na cidade
no silêncio dos olhos teus
sonhos nossos nos teus braços
abraços em suspiros de convulsões resignadas
a serem os antepassados do que foram
seladas na imaginação
lá fora
há um frio que gela as dores
por mais um dia
noites
por ti.