Wednesday, November 30, 2011

...dance danger



...em replay flashbacks fowards em pause
notas soltas pelo ar a cair decadentes na respiração ligeira de quem mente a si próprio
e a lua a sorrir lá no alto do teu peito em faíscas de horrores delapidados vagamente nas horas de fusões incandescentes

sonha
sonhos no abecedário dos sentidos em lacunas de toques
retoques em claves de sol a ecoar as ternuras do prazer
como vândalos erguidos da bruma que cega
névoas na palma das mãos embrulhadas em papel de jornal que ofereces aos mercantes que passam de cara lavada manchada de tréguas em falsidades ocas que prometem a vida

escuta
o chão de pétalas escolhidas pelo vento recai em cima de ti
desenlaces em contos de cabeceira esquecidos sem a falta
de mim
ou de ti ou de nós ou de quem ousa parar um segundo

respira
sustém o eco do teu pensamento salteado na tinta fresca do banco de jardim abandonado onde já lá ninguém se aconchega em enlaces de fugas perdidas

cala
as letras que saltitam em trovoadas pela casa adentro e
espalham o tédio a ira demente

ri
porque o dia calou a noite nos silêncios da tua morte
e a vida foi à sua vida resgatada pelo vagabundo sem nome à sorte de querer mais um minuto da tua invasão de cores desamores em beijos que foram
e amores cantigas de embalar tentações em momentos de fraqueza

...sonha
em replay flashbacks fowards em pause... Play



Sunday, November 20, 2011

...gentes sem sombra



...os silêncios que falam mais alto que vendedores de ruas apinhadas de gentes sem sombra
como fotografias estampadas em livros de luxo como enfeites de prateleiras desarrumadas
assim como o meu coração que sangra nos teus braços em compulsões de loucura em impulsos funestos mortos na intempérie do momento em palavras ditas com a força da mente

...o frio lá fora e os desabafos
folhas de rascunho amarrotadas que trago dentro da mala dos sentidos a ler nas estrelas as histórias que me contaste num abraço em cumplicidades de sorrisos e simplicidades como promessas eternas

...perdidos estão os silêncios nos becos iluminados que não percorremos

esqueci-me das palavras e do tempo do momento nas folhas rasuradas em chamas de regimentos entranhados na pele a suspirar um desejo

como as gentes sem sombra a vaguear no quarto vazio em danças chinesas
como as gentes sem sombra a gritar no vazio sem ouvirem
sem nos ouvirem

há risos há lágrimas solitárias a acariciar os rostos que leem as estrelas no céu de papel pardo dos sonhos
como tu e eu
a embalarmos as palavras dos sentidos no peito em vácuos do pensamento
como tu e eu
a contar os minutos que faltam sem que soubessemos

...do frio lá fora e os desabafos num abraço em cumplicidades de sorrisos como promessas eternas.

Monday, November 07, 2011

...onde os sonhos vivem


...e viveram felizes para sempre.
FIM

sorriu fechou o livro dos dias com as mãos corroídas pelo tempo na falta de ar que sente trespassar-lhe a mente demente
sonha
o vivido já inerte
cala consentindo que a sorte já lhe afagou os recantos da pele
em secretos sorrisos inundados de fel roucas vozes suspiram
vive como se o amanhã fosse ontem em brincadeiras de cabra-cega de vendas nos olhos revirados no suor indiferente pela bruma nas horas que se contam pelos dedos das mãos em pedra de cal esculpidas

as linhas esbatidas em pétalas de dor
os momentos fazem-se cor no baú dos segredos guardado debaixo da cama desfeita pelo cansaço da demora
não espera escreveu sem que os anos passassem na janela do quarto entreaberta ao frio que gela o silêncio lá fora
esperei disse
outros tempos outras verdades outras incertezas na certeza do fim
e as histórias acabam sempre assim pensa
e as histórias acabam sempre assim:

...era uma vez.