Monday, October 03, 2011

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Ganho sempre um pouco mais
de ti
quando nas horas enterradas pelo vento que nos consome
atinge (ainda) o limite da vida que sonhei


Perco sempre mais um pouco
de mim
quando caem cinzas do meu corpo dos jazigos de cárceres pintados nas orgias do pensamento insane
gotas que trovejam em chamas
dentro de mim
loucos rascunhos no papel dos dias que o tempo vai consumindo
a rastejar
pelas ruas de becos pútridos em ruínas
silêncios em gritos feitos horror nas telas dispostas em cima da lareira onde pecam os desenganos


Ganho sempre um pouco mais
de mim
quando os sonhos que atingem limites insatisfeitos
estremecem em reflexos de sombras nas molduras do antro de velas acesas mortas pela razão
e em vultos saltitantes na hora da despedida
cumprimentam-se num abraço de falsidades que temem viver assim
com vida
no tempo sem tempo
dos dias
e noites esquecidas
sem dormir
nas insónias do chão que pisas em manhãs de contra-relógio


tic tac e o medo aparece
cuckoo
na noite que padece de cor em cinzentos desmaiados
click
as sombras formam um só encanto de misérias como sementes a germinar de brio
no estio da força eminente
que é ter-te aqui
agora
lá fora a sussurar cantigas de amor
como fados vadios em ruas abandonadas pelas gentes de faces descobertas ao frio dos encantos


Ganho sempre um pouco mais
de ti
quando os sonhos atingem limites insatisfeitos...


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