(Autoria de Inês Guerreiro e Fernando Chainço)
a sentir
a ver o céu no céu
a ser essa distância dupla
palavras nossas em conjunção de olhares de vários longes
longes a fazerem-se perto na distância que nos cerca a razão
...o longe é a nossa mais profunda razão o nosso corpo comum
e o olhar em toques de ternura
olhar cinzel do mais apaixonado impossivel
aquele que raia a alvorada e o sol mais alto a ser traços de glórias tímidas a esconder sorrisos
rasgados
o que revolve a terra em jeitos de lágrima e traço
esta doce crueldade de te falar reflexo
...espelhos em tonturas de sonhos
espelhos
tontos porque não nos despem a alma
essa que grita nas profundezas da noite a clarear os dias
essa que grita a noite em doçuras de corpos deslavados ferem a vista
essa que nos gela com a sua luz na contraluz degelos frágeis...
...nos dedos por entre os mais dedos no demais de outros dedos como numa partitura
cantam encantos insondáveis a temerem o frio
a queimar notas à flor da pele na voz das flores
...canto o corpo que fui sem saber de um corpo
sou tempo que leva
leva a cor em estrondos nos tempos roucos da loucura...
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