...mas porque haveriam de se importar
olhar
sentir perceber que a vida está para além do que vemos
saber
entender que a chuva é uma mera ascensão da fuga cá dentro a percorrer os discárnios que desmente
...mas porque se haveriam de importar
com o estar sem estar
a querer dormir para ficar
rasgos de fúrias contidas
sem saber que o tempo é relativo e não pára nos vermelhos dos semáforos
e dos teus olhos a pedirem
laivos de ternura
verdades abraçadas na tormenta dos dias
em zig zags constantes a quedarem-se nos passos pequeninos e vagarosos
teimosas ilusões
gritos que gemem de dores incontornáveis
do ser
são cores senhor
dizem os tolos em joguetes de crianças descomprometidas
viajantes do hoje na imortalidade dos esquecimentos
são cores
desamores como desilusões em tentativas maiores
batalhas esquecidas nos preambulos da demora injustiçada
inocências
dizem em cartazes de flagelos em lutas despropositadas
nas esquinas contorcem-se as memórias
e os sonhos
realidades contraditórias
camufladas na chuva do vazio
dos teus olhos
cheios
em laivos de prepotência
tão cheios
de desventuras
agruras azedas de chocolates fora do prazo
acenos de juventudes errantes a serem
tentativas de louvor
...mas porque
porque te importas
com os sorrisos as cores os desfavores as lutas em escutas desencantadas
sabes
num olhar de relance
assim como as perdas que se encontram aos saltos desnudados nas palmas da tua mão
sabes
encantos que não são
fugas por encontrar
lânguidas mensagens de senão
adeus
talvez amanhã
serás
assim como olhos que vêem
sabes
eu importo-me...
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