Scorpion flower, token of death... Curse the day, hail the night... Flower grown in the wild...
Saturday, December 31, 2011
...can you promisse?
...quando eu fechar os olhos e sorrir com a luz dos teus
Promete aconchegares o meu corpo de criança nos teus braços
...quando eu te fizer sentir que o momento é eterno
Promete olhares para o céu e escolheres a estrela que de entre todas brilha mais forte
...quando te sentires perdido
promete que trarás para dentro de ti o dia e a noite o luar e o pôr do sol
e todas as notas que cantámos a dois envolvidos pelo horizonte da derradeira emoção
Os passos
os meus passos a despenharem-se no abismo do teu peito voraz na calma da certeza
eternos são os olhares o não-dito silêncios que sabemos de cor na paleta dos dias passados nas horas mortas de encostas a erguerem-se na sombra das dúvidas desfeitas por um sorriso
e o sussurar lembras-te...
o toque em dois abraços desmedidos de até já
até já
...as palavras letras soltas do alfabeto em divagações na pernoita insónias descoloridas que desconhecias em mim no encanto de quereres que dormisse em sonhos
nos teus sonhos
e eu
eu a traçar o rumo dos rumores cá dentro a rasgarem-me as entranhas pelo medo de ser mais um dia
sem ser
Mas hoje
só hoje
apenas hoje
promete que serás o sorriso calcado dos meus passos
e o choro da minha agonia
e o sonho das gentes intrépidas que vagueiam na rua sem saberem
de nada
a definharem na falsidade da palavra que um dia também eu disse
eu disse em vão
na esperança da dignidade do eterno adeus
...mas hoje
só hoje
apenas hoje
quando eu fechar os olhos e sorrir com a luz dos teus
promete aconchegares o meu corpo de criança nos teus braços.
Tuesday, December 20, 2011
...the night shift
...fecho os olhos e as nuvens em mutação como estrelas cadentes a clamar em vão a chuva o frio a ilusão de sermos mais um dia na escuridão do deserto de folhas secas caídas no tecto da memória
...embalo os sonhos como inquebráveis eternos abraços em sussuros que esperam
insanes são as horas que correm à pressa pelas trilhas do metro apinhado de gente
nos segundos que não se contam pelos dedos das mãos cá dentro a espalmar a fuga do invertebrado fantoche que bate acelerado descompassado em gargalhadas loucas à preocupação
Brincadeiras de cagra cega em cartazes nas montras apregoam saldos à vida
águas que não matam a sede em copos meio vazios
cheios
entornados nas fugazes rusgas do ser
Tocam os sinos e invertem a marcha nos passos esquecidos como toques na palma das mãos a derramar clamores no olhar
olhares
que se tocam indecentemente a invadir os sentidos
paro
páras
sorrio
choras
saio
demoras
demoras-te no tempo que só o tempo tem
sem saber
sem saberes
que o amor é um requício de alguém
dentro de nós.
...abro os olhos
embalo os sonhos como inquebráveis eternos abraços em sussuros que esperam.
Thursday, December 08, 2011
Sombrias Miragens - "o livro perdido na estante"
...e passa a palavra deixando aqui uma sugestão (para o Natal e não só) apesar de não recomendar com risco de perderem a sanidade mental.
Se quiserem comprar a coisa estejam à vontade mas informo desde já que não me responsabilizo por danos possivelmente causados...ah, e irreversíveis!
Para terminar e responder a muitas dúvidas, questões e afins, sim só me falta um filho para cumprir a velha máxima: "Na vida tens que plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho" (mais ou menos isto)
Resumindo, é meu, fui eu que escrevi e é assim uma espécie de compilação dos muitos esboços (como carinhosamente lhes chamo) que vão desde 1999 até 2010 arrumados no baú das recordações a que chamamos sotão das memórias.
Se quiserem comprar a coisa estejam à vontade mas informo desde já que não me responsabilizo por danos possivelmente causados...ah, e irreversíveis!
Para terminar e responder a muitas dúvidas, questões e afins, sim só me falta um filho para cumprir a velha máxima: "Na vida tens que plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho" (mais ou menos isto)
Resumindo, é meu, fui eu que escrevi e é assim uma espécie de compilação dos muitos esboços (como carinhosamente lhes chamo) que vão desde 1999 até 2010 arrumados no baú das recordações a que chamamos sotão das memórias.
Aqui está o meu menino:
O prefácio é de Fernando Ribeiro (que acedeu ao meu request e ao qual, após 1 ano, volto a agradecer por todo o carinho e apoio) e diz assim:
"Escrever poesia como quem escreve um livro de memórias.
Memórias sombrias porque as sombras nascem da mortalidade da luz e do negro. As sombras são a vida que nasce da luz reflectida pela escuridão ou na escuridão. Um palco com panos pretos, fazendo a moldura das altas luzes.
Miragens porque vivemos na incerteza das nossas memórias e por isso as documentamos como podemos. Na cabeça, em tinta na pele, em filmes, em discos, em quadros. E em livros.
São estas memórias, estes apelos, estas molduras de nuvens negras, brancas e cinzentas que aqui encontramos, na linguagem simples de quem escrever poesia e comunicá-la connosco, que abrimos os livros “por um qualquer motivo”.
Fernando Ribeiro, Inverno de 2010"
...e mais não digo.
Wednesday, November 30, 2011
...dance danger
...em replay flashbacks fowards em pause
notas soltas pelo ar a cair decadentes na respiração ligeira de quem mente a si próprio
e a lua a sorrir lá no alto do teu peito em faíscas de horrores delapidados vagamente nas horas de fusões incandescentes
sonha
sonhos no abecedário dos sentidos em lacunas de toques
retoques em claves de sol a ecoar as ternuras do prazer
como vândalos erguidos da bruma que cega
névoas na palma das mãos embrulhadas em papel de jornal que ofereces aos mercantes que passam de cara lavada manchada de tréguas em falsidades ocas que prometem a vida
escuta
o chão de pétalas escolhidas pelo vento recai em cima de ti
desenlaces em contos de cabeceira esquecidos sem a falta
de mim
ou de ti ou de nós ou de quem ousa parar um segundo
respira
sustém o eco do teu pensamento salteado na tinta fresca do banco de jardim abandonado onde já lá ninguém se aconchega em enlaces de fugas perdidas
cala
as letras que saltitam em trovoadas pela casa adentro e
espalham o tédio a ira demente
ri
porque o dia calou a noite nos silêncios da tua morte
e a vida foi à sua vida resgatada pelo vagabundo sem nome à sorte de querer mais um minuto da tua invasão de cores desamores em beijos que foram
e amores cantigas de embalar tentações em momentos de fraqueza
...sonha
em replay flashbacks fowards em pause... Play
Sunday, November 20, 2011
...gentes sem sombra
...os silêncios que falam mais alto que vendedores de ruas apinhadas de gentes sem sombra
como fotografias estampadas em livros de luxo como enfeites de prateleiras desarrumadas
assim como o meu coração que sangra nos teus braços em compulsões de loucura em impulsos funestos mortos na intempérie do momento em palavras ditas com a força da mente
...o frio lá fora e os desabafos
folhas de rascunho amarrotadas que trago dentro da mala dos sentidos a ler nas estrelas as histórias que me contaste num abraço em cumplicidades de sorrisos e simplicidades como promessas eternas
...perdidos estão os silêncios nos becos iluminados que não percorremos
esqueci-me das palavras e do tempo do momento nas folhas rasuradas em chamas de regimentos entranhados na pele a suspirar um desejo
como as gentes sem sombra a vaguear no quarto vazio em danças chinesas
como as gentes sem sombra a gritar no vazio sem ouvirem
sem nos ouvirem
há risos há lágrimas solitárias a acariciar os rostos que leem as estrelas no céu de papel pardo dos sonhos
como tu e eu
a embalarmos as palavras dos sentidos no peito em vácuos do pensamento
como tu e eu
a contar os minutos que faltam sem que soubessemos
...do frio lá fora e os desabafos num abraço em cumplicidades de sorrisos como promessas eternas.
Monday, November 07, 2011
...onde os sonhos vivem
...e viveram felizes para sempre.
FIM
sorriu fechou o livro dos dias com as mãos corroídas pelo tempo na falta de ar que sente trespassar-lhe a mente demente
sonha
o vivido já inerte
cala consentindo que a sorte já lhe afagou os recantos da pele
em secretos sorrisos inundados de fel roucas vozes suspiram
vive como se o amanhã fosse ontem em brincadeiras de cabra-cega de vendas nos olhos revirados no suor indiferente pela bruma nas horas que se contam pelos dedos das mãos em pedra de cal esculpidas
as linhas esbatidas em pétalas de dor
os momentos fazem-se cor no baú dos segredos guardado debaixo da cama desfeita pelo cansaço da demora
não espera escreveu sem que os anos passassem na janela do quarto entreaberta ao frio que gela o silêncio lá fora
esperei disse
outros tempos outras verdades outras incertezas na certeza do fim
e as histórias acabam sempre assim pensa
e as histórias acabam sempre assim:
...era uma vez.
Sunday, October 30, 2011
My eyes say i will
Fechei as portas
a cadeados sem chave
nas janelas encrustadas em cimento
parei o tempo nos ponteiros dos relógios imensos que povoam a casa
ruge o silêncio na neblina da noite
e dos dias que passam devagar
a contar as rugas no peito
a parar aos bocadinhos nas pegadas da tua sombra que vagueia nos corredores da mansão assombrada em desencantos do passado esquecido nas lembranças das molduras (ainda) dependuradas a cair de lassidão nas comportas da solidão
A luz lá fora
em luares cá dentro
escondida sob panos de veludo negro a emoldurarem sorrisos de desapegos
A vida lá fora
em pulsares no meu corpo morto
já morto em feridas cicatrizadas perfuradas na pele sob a pele em folhas de papel amarrotadas e recicladas à chuva e ao vento que cobre as esperanças
Fechei as portas
à chave sem cadeados
parei o tempo nos ponteiros dos relógios imensos onde o mundo se contrói e reconstrói
a parar aos bocadinhos...
em sussuros como gritos
é o fim em mim assim diz vem...
em sonos sonhos desconcertados.
Wednesday, October 12, 2011
...Noves fora Nada
...vamos no zum zum do espaço entre desfigurações e trejeitos em remorsos
no preto da bruma que se refez no meu peito ao imaginar-te em mim
na ausência que encaro ao segundo contabilizado nas horas dos dias que gritam em sussuros mais um de menos um a mais
...vida falam da vida
eles
ele
aquele que te encanta com notas em si bemol e fato de arlequim em abandonos de segredos
e no espaço onde me refaço na solidão das noites em branco de negras vozes roucas
quebram-se os espelhos emoldurados corroídos pelo capim embriagado para que passes mais um dia a virar as páginas da morte
...volta
em abraços de cardumes de ternuras acesas em laivos de histórias esquecidas
apanha os cacos renegados pelo chão da minha alma desprovida do nada que te se assemelha em tudo
folheando as letras que deixei para trás no caminho desmaiada em voos de cometas em colisão
eles
ele que fala da vida em gritos de sussuros a mais de menos na loucura onde me deito
deixa-me ficar
assim
abraçada a mim mesma num pudor sem fim
deixa-me ficar
ali
aqui para aqui em preguiças de tristezas rarefeitas como o ar que já se tornou insustentável
na tua ausencia
ferozes leviandades de saudades ou tentações de chocolate na podridão dos dias que o tempo não conta
mais de menos
em terrores insustentáveis
sem nada a perder
porque ter seria ter-te sem te ter mas tenho
o sonho feito realidade
nós em mim
só
tão somente só
sombras que vagueiam lá fora
...deixa-me ficar
pernoitar no mais do menos
nas lágrimas do riso trôpego em sussuros de gritos ensurdecedores
Sunday, October 09, 2011
...amo(r)
...nos teus braços o mundo fica maior
sem segundos apressados a sussurarem no meu peito
nem escolhas com medo de serem desenganos esquecidos na penumbra das noites em que a ausência era dia ao entardecer
...nos teus braços esqueço as sombras que nos atormentam o quarto gelado pelos gritos da maldade alheia
e fecho os olhos na tranquilidade do sonho de sermos um quando o dois foi despromovido em individualidades sarcásticas
...nos teus braços
abraços
o mundo fica maior
e eu pequena demais para querer sem querer fechar os olhos e acreditar que será sempre assim
seremos
dois e dois
um só
amor
Saturday, October 08, 2011
...fica
volúptias sob o luar de silenciosas declarações
reflectidas no espelho sem espelhos de reflexão
espaços entre nós
rabiscos de memórias
em abraços eternos ternamente guardados em cima da arca milenar encerrada no sotão de ausências declamadas declaradas na casa abandonada sobrevoando os fantasmas fanáticos de louvor
cores a treparem os corpos nus
flores caiadas de branco negro em cinzentos desbotados
desabotoados
a desabrochar nas sementes dos suspiros com que povoámos a noite
na pernoita em suores
risos a confundir a fé na maldade dos sonhos das insónias que gritam
vamos
dizem baixinho as sombras em sussuros tentadores
e as sílabas soltas erguem-se na dança dos horrores ocultos em tentações
como suspiros que se comem de boca aberta à espera
vai
gritam as chamas na árvore de natal encalhada pelo tempo
quem
vem
veio para ficar
Monday, October 03, 2011
...feed(me)back
Ganho sempre um pouco mais
de ti
quando nas horas enterradas pelo vento que nos consome
atinge (ainda) o limite da vida que sonhei
Perco sempre mais um pouco
de mim
quando caem cinzas do meu corpo dos jazigos de cárceres pintados nas orgias do pensamento insane
gotas que trovejam em chamas
dentro de mim
loucos rascunhos no papel dos dias que o tempo vai consumindo
a rastejar
pelas ruas de becos pútridos em ruínas
silêncios em gritos feitos horror nas telas dispostas em cima da lareira onde pecam os desenganos
Ganho sempre um pouco mais
de mim
quando os sonhos que atingem limites insatisfeitos
estremecem em reflexos de sombras nas molduras do antro de velas acesas mortas pela razão
e em vultos saltitantes na hora da despedida
cumprimentam-se num abraço de falsidades que temem viver assim
com vida
no tempo sem tempo
dos dias
e noites esquecidas
sem dormir
nas insónias do chão que pisas em manhãs de contra-relógio
tic tac e o medo aparece
cuckoo
na noite que padece de cor em cinzentos desmaiados
click
as sombras formam um só encanto de misérias como sementes a germinar de brio
no estio da força eminente
que é ter-te aqui
agora
lá fora a sussurar cantigas de amor
como fados vadios em ruas abandonadas pelas gentes de faces descobertas ao frio dos encantos
Ganho sempre um pouco mais
de ti
quando os sonhos atingem limites insatisfeitos...
Sunday, September 25, 2011
...os dias
a cada dia que passa morro mais um pouco
e mais um pouco a cada segundo
perco o rumo no fio de prumo da vida
quando quebras num olhar a doce tertúlia que é a nossa história
a cada dia perco
perco-me
te
mais um pouco
por amor
cercada na penumbra do meu teu nosso leito
enfeites fúnebres de encantamentos em sorrisos de enlaçes
a cada dia que passa
são segundos na palma da minha mão
a contar a tinta dos dias
rabiscos em rascunhos de loucuras matizadas de cor
a morte a vaguear por entre os becos da memória
mais um dia
a menos
e menos um
a mais
a cada dia que passa os minutos páram
e o tempo dos outros tempos jamais será o mesmo.
Monday, September 19, 2011
...cARTa...
...a estrada no caminho apedrejado de nós
dos nossos feitos rarefeitos dissolvidos no ar que respiram
respiraram nas atrocidades da palavra
...a noite ao luar no espelho que reflecte a tua imagem
e a minha
nas linhas paralelas do caderno de linhas que guardámos na arca a cadeado fechada
enterrámos em mil léguas nos sonhos que ditámos de sermos felizes
rasgámos a tela coberta pela moldura renegada naquele antro obscuro a que chamámos
coração
...finda agora a minha oração de termos o sonho a vida e a razão
e com a borracha da intempérie dos dias na mesa da escola em sotãos desapegados
folheias os rasgos de cor tingidos na pele.
Sunday, September 11, 2011
...(black)OUT
...as sombras nas mãos a vaguear a intempérie que te ensina a caminhar
a passos largos saltos entre pés ancorados ao vento
no mar dos teus olhos desfeitos pelo nevoeiro dos meus
memórias vãs de tempos vividos entre um abraço e o outro
ao toque doridos dos sonhos dos dias pela noite dentro sem fim nas luzes que se apagam
vem silenciosamente nos passos dos teus passos
em enlaçes de cores caiadas no negro do branco da lembrança
vem em fugas de insensíveis espaços
rondando as trevas do veludo negro que te vela a cor de seres mais um dia
tens
a vida o amor a bruma nas folhas de licores em romarias
a paz a tela em traços de tinta a escorrer nas palavras ditas na escrita que se velou em pranto
selados estão os encantos...
...vim ver-te nos desenganos
dar-te mais um ano (quem sabe)
esperar-te como quem espera a bica no café da esquina
como quem não espera porque a espera se fez em demora e sai porta fora
sem perdão nem sermão...
...serenatas em acordes de fá
fados fadios pelas ruas de fel
memórias vãs de tempos vividos entre um abraço e o outro.
Monday, August 29, 2011
...leviandade
...as palavras ávidas da cor da parede retocada de fluxos de intempéries desconcertadas na hora do adeus
blasts em mecanismos impuros de improvisos em ganhos de fúrias desmedidas
contidas no desprazer das memórias calcadas em sangue na pele como tatuagens invisiveis ao toque
retocas a imagem no espelho imerso nas águas imundas da glória que julgas ser
ter
quedas mais um beijo e escolhes a escória da fuga em olhares de sílabas soltas no ar rarefeito que nos emerge em teias de desamor
rusgas trepidantes nos caminhos espezinhados por onde passas calcando a memória da flor murcha que cultivaste qual erva daninha no lodo em volúptias de alucinações a preto e branco
cinza
as cinzas no rubor da pele
ofertas de harmonias de fel
ricos são os frutos caídos na roleta da sorte
e perdes
perdeste
perdeste-te mais um dia sem noite que apague o dito e o não dito
luas em eclipses de polaínas polidas na consorte do rei
que os bobos sabem já que voltei
rusgas em fugas de mel adoçicado no sal dos dias
em dias refeitos nas horas da morte
contas as pedras na mão à sorte
jogamos
jogámos
porta fora no palco de cortinas de veludo negro
mantos rogosos de espinhos na caldeira abandonada nas linhas que escreveste em nuvens de fumo
S.O.S.
e em sopros fez-se tarde
a demora
...as palavras ávidas da cor da parede retocada de fluxos de intempéries desconcertadas na hora do adeus
Wednesday, August 24, 2011
...stand(by)
be dark be smooth
...as tonturas da visão turva no fervilhar dos pensamentos em ti
envolvem a dor do temor de saber sem saber a lágrima da razão caída como corpo morto
relegado na elevação da esfínge caduca em teu peito
de enfeites se fez a recepção do adeus
assim
como sorrisos automáticos de on off
standby
be dark be smooth
...mostra o caminho nas linhas dos trilhos de comboios que partem
se partem em fugas apressadas de cumprimentos disparados como balas
rasga o que leste naquele muro onde nos deleitamos e rasurámos a data
mortas estão as palavras
e os suspiros
e os tectos de céu sobre nós
e a voz muda em gritos que te cercam
me encerram
be light be strong
...brincam as roucas ilusões de olhares em esperança
como peças de lego sem encaixe nem cor
tingidas pela nossa crença na descrença do desamor
acarinhado pelo vento da mudança que te trespassou queimou
mudas estão as gotas loucas da vida em tentações de chocolate e afins que se desfazem na boca em ternas lembranças do retorno
repetições como esquizofrenias e psis qualquer-coisa em diagnósticos vorazes de frágeis mitos
...digo que tu dizes que eu digo sem dizer o que dizes
assim
como sorrisos automáticos de on off
standby.
Monday, August 15, 2011
...sem querer(te)
Photo taken from here
...quero-te sem querer
nas escassas memórias em que ter-te foi vão
indiscreto em lassidão
loucas imagens feridas a arder em papel pardo
onde embrulhámos os nossos sonhos enfezados pelo rumor desse amor que gritámos
de olhos cheios de lágrimas
na esperança de querer ter sem querer
esquecimentos fortuitos nas minhas mãos
...rogo as horas perversas imensas submersas no meu peito
enlaçes de tudo no nada rarefeito das nossas palavras
quero não querer
ter
em frágeis sentidos retoquei os traços que desfiz
diz
que a vida é apenas um caroussel
trôpego e a cair aos pedaços qual feira abandonada no monte em chamas da imaginação dos pobres
diz
que o certo seria ter-te por perto e rondar a rua agarrados aos candeiros a petróleo sem luz
diz
que as escolhas que fiz
faço
teimosamente repasso de mim para mim
são as nossas supostas falhas certas como quem passa por aqui ou por ali e sorri
e repito
não quero querer-te sem querer quando os segundos passam a horas e dias anos
desarmamentos em guerras roucas de plágios
...diz que te desfiz como boneco de trapos esquecido em cima da cama feita de lavado no quarto vazio da escória das futuras miragens de enleites de volúptia
porque
...quero-te sem querer
nas escassas memórias em que ter-te foi vão.
Tuesday, August 09, 2011
...inhale
...as palavras onde a morte vagueia
nas paredes de vidro da redoma de aço onde te cobriste pedante em fugas de fulgores vazios
vãos de escadas e o azedume da noite cravada no teu peito
enleites de desventura em ilusões enfastiadas de falsas esperanças
rogas agora por um momento teu
nosso de idas passadas em volúptia
impossíveis reviveres de incómodos desafios em frágeis gritos escondidos nas imagens que guardaste no baú das cinzas que foste
foste
num adeus sem demora na demora do tempo que escasseia
nas horas ousas ficar
como o relógio de corda que já parou nas décadas do inverno que se desfez em vapores submersos de escutas insuportáveis
vai
vai-te no desamor das palavras não ditas nos dizeres escritos da saudade que clamavas
vai
escrever mais um conto sem ponto nem história
o fim chega ao era uma vez...
em que três foram dois
ou dois um
e num frente a frente
mil faces pejadas de glória
desconhecidos vagabundos da escória nas linhas em frágeis sentidos
...as palavras onde a morte vagueia
Sunday, August 07, 2011
...step in
Black are the morning whispers
floating dots in my ears
gambling the day by nights
with sleepless rages inside routes without way out
run baby run
nearest the end we call it abyss
close the door and step in
close the door
we're in
the game and the shame
the nonsense words falling appart
silence is all we have
truth under will
faith blowing wings on a cloudy barking layer
fail
reborn
lay down
come
undone are the secrecy of the scars bleeding without an eye to care
or share
Black are the morning whispers
floating dots in my ears...
close the door...
and step in.
Saturday, July 30, 2011
...fog
...between the mirrors
face to face
you found youself
shadowing appart
climbing the tree of mistake
and wisdow so fake
like shinning eyes on a water reflex crying at the moonlight
...between a mirror wall
grab your soul and a doll
breathing in mute whispers
rape the time counting liars
and fall
there is you
there is me
there is something
like putrid ashes burning tragedies
laughing madness jokes failed calls
lack of dreaming lands...
...brave are the dark laws of life
...between the mirrors
face to face
you found emptiness.
Sunday, July 24, 2011
...nós
...quando ansiavas por um abraço meu e eu
por te abraçar...
folhas caídas ao vento no vento em tempo que se fez tarde demais
para amar
...te
e as escolhas teimam em partir como rubras gotas caídas em enlaçes de ti
em mim
...quando ansiavas por um abraço meu e eu
perdia-me no tempo
nosso
caminhos percorridos vezes sem conta em sorrisos a treparem a imaginação
do que é possível
sonhos feitos reais em escassas horas acarinhadas pela noite
nossa
só nossa
em histórias de embalar envoltas de nadas
tudo
eramos...
...quando ansiavas por um abraço meu e eu
fechei os olhos e cai em mim
Monday, July 11, 2011
...if
...can you be lost until you find me
lose your faith and imortality
...take us home instead falling
wings cutted in wisdom bleeding for despair
absence means take care
can you understand the reason why
i close my eyes and disapear
breathing undisclosed tears desires in fault
can it be fair?
...step in slowmotion
spaces between drawn lines glowing in the dark
rotten feelings missing like a shark in a kiss
blow the rainbow
dry your tears
we are
we will be
dreams never take lost souls
...unfold a heart its like breaking mirrors
triping
shadowing appart
missing
absence never lost
rites
only rites
words in drawnings
in fault
dreams never take lost souls
...can you be lost until you find me
Saturday, July 09, 2011
...a simplicidade
...o olhar ao toque
na palavra
gosto de ti
abraça-me
o calor louco a arder em lágrimas de encenações
na tua pele
sal na cor das noites
dias de luar
a minha mão
a tua
dois e dois igual a um
...vem
chega-te mais um pouco
vem
vai em contrapasso caindo nas esquinas do parapeito do primeiro beijo
vamos
fugir daqui para um mundo só nosso feito de amor e desamor
desencontros onde nos encontrámos e quebrámos as regras
da vida...
...o olhar ao toque
na palavra
gosto de ti.
Tuesday, July 05, 2011
...doisedois
os sorrisos nas pontas dos dedos
à espera
na espera dos dias sem espera em que alucino redundantes farpas
espera
naquele banco de jardim apedrejado pelo nosso desejo
frágeis lembranças de fugas esquecidas em bilhetes escritos com a tinta dos dias
espera
no lugar vago da sensação trôpega cambaleias deitado no chão em cimento de pés descalços
porque a chuva só receia não ter corpo para aconchegar
e nesse céu de medonhas paisagens na penumbra dos dias
espera que a noite te renege nas cinzas do passado
ritual de orgias em rasgos de cor onde a tinta escasseia e grita
espera
voltei.
Sunday, July 03, 2011
...(no)where in pieces
...as palavras
como gotas incandescentes a escorrer como a tinta dos papéis amarrotados em arquivo morto onde te refizeste uno em pedaços de escolhas
intempéries silenciosas sussuram-te ao ouvido
...as loucas nas horas de terror impaciente que te tolhe em escamas de bolores incrustados na parede dos teus sentimentos
esvaiem-se as vontades
erguendo estandartes forjados de nomes em vão de memórias já esquecidas pintadas de horrores negros em branco sujo de cinzentos inflamados a gritar no mercado do facto embevecido em arquétipos de glórias já perdidas há tanto faz tanto tempo
como grutas a gruta onde fantasmas vão correndo sem rumo nem fio de prumo oscilantes vibrações de tormentos atrozes que te tolhem
a memória do ser
tens
rumo
horas
em abraços
escassos dizeres em regaços
em tonturas
enlaces
tens
...as palavras
e a música
e o luar
e o sonho a sussurar
vens
...nas loucas horas de terror impaciente que te tolhe em escamas de bolores incrustados na parede dos teus sentimentos
encostas-te ao que julgaste ser...
ficas
assim lado a lado mirando as roucas palavras que já não pronuncio
fica
em silêncios como fantasmas assombrando a razão que perdemos por
termos
...as palavras
e a música
e o luar
e o sonho a sussurar.
Thursday, June 30, 2011
...the storm
...a vulgar sombra dos dias
perpetuada pelo teu toque
a contra-relógio embalsamado discretamente
como aquela carta que escreveste a morrer em explosões de fragmentos largados à chuva no vento quente do norte
cubos de gelo a gemer em chamas entre as chamas
no asco do teu asco de ti mesmo
amor que em teu nome fala
com a tinta dos momentos encarcerados em olhares fugazes onde te encontraste e reencontras sem dó
regressos de escárnios
míseras gotas de choro convulsivo em compulsões de nada
ternas diabruras adocicadas
como doces de crianças gamados na mercearia da esquina
em fuga
os odores
os olhares
na falência da demência do que foste
em chagas mundanas a sangrar cantando o fado vadio resgatado na penumbra das noites sem nome
no espelho dos corpos nus
voltamos
sem nada mãos vazias
ao nada mãos que unem
no nada desfazem medos como
...a vulgar sombra dos dias
perpetuada pelo teu toque.
Tuesday, June 28, 2011
...(col)ours
spoken mirrors and crumble rotten feelings
judging angels disappearing in shadows between
one minute in time howling
falling appart
darkness seems so near so fragile
unspoken flames inside you
...when silence are meaningless to say that i love you
spoken dreams follow us to infinity
drying tears in lines cutted up by fear and wisdom
judging the devil disappearing faceless in masks unmaskerade like a party undressed jam
falling appart
us
...when words are silence insignificant papers burning in a colour escape of the harm
hugging and spelling the simplicity of truth in a game making diseases look like flu
...i just want to say love you
Sunday, June 26, 2011
...No (thing)
...os minutos em standby
as horas
o sorriso engarrafado das almas dissecadas pelo tempo ausente
que te ofusca e faz vibrar em encarnações de suspiros momentaneos ao ouvido
intocáveis miragens de assombrações obscuras entorpecidas pelo amor
rugidos de outrora nas janelas abertas como plácidos sonhos lunares em silêncios almejados
vãs escapadelas em tumultuosos cárceres renegados
súbitos vales de misérias em trôpegos milagres anunciados em placares à chuva
na chuva sob as gotas ácidas do pensamento
caótico e inerte
como golfadas de ar fresco hilariante abandonando-te à sina de seres tu e só tu
assim sim tu assim sem nada no nada a perder o nada que te refez em nada pelo nada assim tu sim
...os minutos em standby
Take I done.
Tuesday, June 21, 2011
...so(litude) in(with) you
...esboços da semântica das palavras trancritas de ti
em fracções de segundos intemporais
quedas repartidas em pautas rasgadas pelo vento que se desfez na face do re-encontro
o nosso
frágeis sentidos desprovidos de sentimento e desencanto
dilacerantes chagas de lâminas ocultas em sorrisos encaixados como peças do puzzle
aquele puzzle que habitava o nosso quarto em lânguidas paixões de nada
em nada
vómitos em lazer a queimar a cinza dos olhos que cruzam o teu caminho
o meu
gatinhando na areia voluptuosa e imensa imersa que te tolhe em escárnios de dizeres mal-entendidos trepidantes quedas de anjos inexistentes em espelhos de encruzilhadas
stop
o sinal que te pede mais
e mais
sem falar
intenso e atroz
aterrador standby de emoções tolhidas em usufruto da tua
teu
antepenúltimo adeus
adeus
meu
minha antecamera de casebre em insultos
tonturas escabrosas do desejo
miragens de terror em sorrisos de máscaras isoladas na tentação
de sermos aquele
aqueles
um e um só
em psicoses de sonhadores esquizofrénicos na penumbra do sal dos dias
hologramas sepultados na parede de papel pardo forrada rasgada em acessos de fúria desmedidos
como cárceres nas celas à espera
à espera do dia
o tal
a perpétua como destino
a fuga
sem fuga do ser
resquícios de ti
de nós
em míseros recantos nos gritos de choro compulsivo da criança abandonada no antro a definhar de calor humano ou qualquer outra coisa ou aquela outra coisa de sermos
o sentimento na ponta dos dedos
a escorrer em lágrimas doces de encantos
lúgubres insónias em relâmpagos que te ardem em esquiços sombreados emoldurados pelo nosso caminho
o teu
o meu finda aqui neste espaço desfaço a promessa que te fiz em insane memória da escória ultrajada pelo fulgor do teu abraço
...em frágeis sentidos desprovidos de sentimento e desencanto dilacerantes chagas de lâminas ocultas em sorrisos encaixados como peças do puzzle.
stop.
quero mais.
Sunday, June 19, 2011
...embrace is necessary
...your flesh in my skin underneath bleeding scars
killing myself like there is no heart
struggle for living inside a frame lost in dry tears
cannot follow you appart
just cannot follow you
stand
please go away
stare
please do not stay
in here
can't stand no more
you beside me no more
less fears less tears less love less lies above
freedom
what i believe
in me standing in here sitting in the clouds desapearing
like flames in torment
like that night
with you by my side
faking feelings faking the faceless mysterions and shadowing the grave of intention
clap your hands now
just clap and smile
revenge never won the game
shame
bury the soul the love unfold untrue
bury you
today like was no yesterday or tomorrow or never leaving or staying or beeing or saying
say it forever
a word colapsed empire
smashed faces on fire
eat the ashes in cold dreams
disapear
can't stand here no more
with you beside me with
...your flesh in my skin underneath bleeding scars.
Saturday, June 18, 2011
...doi(s)
o tempo das horas mortas no peito
a soluçar nos gemidos em suspiros rarefeitos
loucas passagens emaranhadas de pudor
raivas contidas num grito de amor
naquele banco de rua escanzelado nos ecos das histórias contadas entre um beijo e outro
urge chegar a espera tenebrosa do teu olhar
toques sem calor gelam o deleite como enfeites de natal carnavalesco pedantes e artificiais
em sermos um e um só holograma despojado de vida contra natura
fantasmas do que fomos...somos agora
...as sombras que vagueiam apressadas
na tranquilidade das horas mortas.
Wednesday, June 15, 2011
...sobre(humano)
no meu sonho sobre-humano
enfeitiçado de serpentinas e máscaras de vidro fumadas
desenhei os teus traços a carvão nas cinzas do meu peito
na cisma de não te querer mais na perda do vazio em abismos de palavras e sensações inundadas no oculto deleite de ser mais um
...galardão de glória aprumado em batinas delineadas nos rasgos da mente inaudita que se afasta.
no meu encanto de despeito
caixa de pandora roubada em jeito de ternura na gravidade impura desnuda em carne viva
ardem as lonas do teu calor corpo envolto no terror da assombração
luzes mortas em vagões de escadas de prédios devolutos
réplicas baratas de Paris dos anciães loucos por mais um dia
de vida...
...trago comigo ultrajes desentendidos
boatos de relíquias de ouro e marfim
lacadas em húmus purulento obscuro antro de ti
em mim
dentro de mim
aqui
sem nada que me cubra o asco baço da visão em rugidos dementes que clamam
o nada
de ti
em mim
aí
como a lembrança vaga e tosca dos placares inundados em chamas das ruas sobrelotadas
em dizeres desditos nas mentiras sem demora
...no meu sonho sobre-humano
enfeitiçado de serpentinas e máscaras de vidro fumadas.
Monday, June 13, 2011
...esquiços de mo(ti)m
...o quadro pintado à tua imagem
molduras extintas nos escombros do que foi um mural
de lamentações em máscaras subjugadas a tiros de balas secas
pólvora nos teus olhos
mel de amargura nos teus lábios de sangue e dor em amor desprezados
claúsulas de compaixão
míseras linhas escritas no vento das marés subalternas em esquiços separados da memória
escassa vã frágil queda ascendente de represálias em cegas folhas de papel mudas
...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado
fantomas ocultos animados pela luz que te oculta
brilho ofuscante do brio na escuridão
grotescas sílabas encobertas no manto de veludo negro que te cobre e aquece nas horas mortas...
shhhiu
...as vozes fazem-se loucas
o chão estremece em segredo tropeça
odores de almíscar em alecrim
flores caiadas nos gritos de infâncias perdidas reencontradas no teu peito
leito
braços que acolhem
falsidades
abraços que escolhem
vítimas do pudor onde te refizeste uno e escasso personagem em peça viva recontada na esfínge de desgraça
como
...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado
Monday, June 06, 2011
...W(ho-le)
a hole empty hole
space between
us
a bullet empty blowing bullet crashing the sunlight in our crossroads made of sand and dust
floating in the air of perception
hunting bones and shadows desappearing
fake glasses broken and flood meaning
flash fowards goats
milles naked ghosts surrounding death
death surrounding coats rages uncover fears
smiles alike
hugs faking love
dreamless ropes and papers destroyed
words like junk junkies ashamed buried earth
eyes in a pot full of flames burning skyes cutted flesh in pain without pain
unchain the chain
violence in mirrors caught up insane
trace a map
grab your pocket of greed
pearls buried ashes in flames
grab it fake it
again
miss it run away
again
once more and more one step by step once more and more again
your fear is my wisdom
my secret desire of truth
hapiness never won in a putrid cake of mistakes so true
holes empty holes between
us
speakless meaningless like fragile veins bleeding for more
just one more bleeding burning bledding for more just one more one just mute screams for more just one more bleeding burning for more one more fragile
kiss begging to miss it like
...a hole empty hole
space between
you and yourself
Saturday, June 04, 2011
...é (as)sim
...é o meu desejo a minha vontade de proclamar a verdade
...é o meu desejo o meu capricho de te ter por perto fustigado
cansado de ouvir palavras que não suspirei cantei fretei como a um altar encadeado de sombras
hipnose
subtileza ao toque intocável derramado nas feridas eternas do teu peito
uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento
joguetes em fantoches
urnas de cinzas em calotes
despejadas no cume do vento a jorrar sílabas soltas caídas ao abismo do espaço vazio
entre nós
na teia de aço velas e incenso comprado na loja sem nome em nome de um empréstimo fiado
em desconfiança acesa naquele estábulo imundo e puro de encantos ditos na força da palavra
da surdez na coacção de mais um espirro de ódio e raiva
fustigada de encanto
prantos como músicas de embalar do ontem que seria amanhã
e no amanhecer que seria à noite
palpitações de um segundo
espaço
em segundos
zumbidos no
espaço
desfaço
a louca enternecida de aço trajada a rigor que te abomina os sonhos
na corda bamba da tua sanidade
pulverizada tragicamente nos jogos da infância reencontrada nos teus braços
que uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento...
...é o meu desejo a minha vontade acima da tua realidade surreal
pegadas cravadas no teu peito
fulminadas pelo meu olhar
Thursday, June 02, 2011
...(un)fair
wrong path
wrong way
losing hope
the meaning
running like skeletons on a pillow of stars
scars bleeding at daylight
no shinning
no bright
no light to fuck up your mind
stare
stay
keep
away
hands creeping flames
burning skyes
join the frame
blame the time
and fly
above my mind
its time
(un)fair
Tuesday, May 31, 2011
...lembras-te?
como um relógio de corda enferrujado
suspira entre os batimentos de segundo a segundo
como quem passa nas masmorras do metropolitano imundo e desgastado pelo tempo
cronómetro que te persegue a rugir sem devassa
escapa-se-me por entre mãos alheias a carne enlaçada enlameada das histórias contadas à beira da lareira nos teus braços
lembras-te do som monocórdico dos minutos a derraparem nas frestas por entre o frio?
...e os carros lá fora em silêncios derramados a explodirem de raiva em cacos desprovidos de paixão?
agora... já parou está a parar queda-se num intuito de ser o que já não é capaz
arrisca pedante o seu status quo sensaborão sem sentido ou intuição
e vem
vem
dá mais um passo
ousa caber neste espaço onde se refez a vontade de ser mais um dia
o relógio de corda empedrado no espaço em ruínas
sem corda
onde a dignidade não finda no segundo em que pára e volta a bater
escuta
lembras-te?
...os segundos das horas mortas gotejam nas paredes de branco negro que pintámos pintei
e...
como quem passa nas masmorras do metropolitano imundo e desgastado pelo tempo
cronómetro que te persegue a rugir sem devassa
escapa-se-me por entre mãos alheias a carne enlaçada enlameada das histórias contadas à beira da lareira nos teus braços.
Monday, May 30, 2011
...les memoires
...e escreve
como quem escreve um livro de memórias
perto do fim sem fim
capítulos e índices na roleta
frases finais e agradecimentos
mais uma rodada e volta...
porque a memória é rarefeita
no maremoto atormentado da tontura inacabada
que não cessa de esperar a demora do sentido
em afagos e sorrisos
...miragens imagens como flashbacks
de um filme a preto e branco incolor
indolor
e o sonoro descabido dos filmes antigos em silêncios selados
um gesto dois três e clicks
takes foward and back
sessões intermináveis do ontem anteontem
hoje e do que será seja sejam...
... memórias a preto e branco em molduras esburacadas
descoloridas em estúdios na falência.
Monday, May 23, 2011
...era uma vez
...apaga as luzes
as velas o sol o luar que teima em queimar as feridas do sentir
apaga apaga-me se puderes
como uma borracha num papel de linhas pré-escolar onde escrevi os desencantos de outrora
apaga apaga o brilho no olhar
o fustigar das gotas a derramar nas faces da sensação momentanea de que o tempo é feito de fisgas em ponta de lança
fecha as cortinas do palco vazio de escamas em ramificações do púlpito em júbilo insane
esconde esconde-te na fibra negra da paixão de que se desfez esta vida soletrada em sílabas soltas dementes
encerra o capítulo da história em miragens cortantes da memória decadente e vã desconstruída em contextos de húmus e sangue a escorrer nas paredes do pensamento
no more tickets to Hell no more
apaga apaga-te apaga-me
na folha amarrotada das linhas reescritas que não recordo jamais
no more tickets no more
...e num breve fustigar em suspiros rarefeitos
queda-se o olhar do fim.
Sunday, May 22, 2011
...hand(led)
a hand with a hand full of joy and comiseration
lack of self-esteem and resignation
tracking a way out
following the day by night
candles burning inside
missing the ages of dreaming
flying wings borrow the name
pull the trigger and the fame
shame
lame the rage
faceless
untrue
gameless
wins and blowing gates
flakes in plastics arms hugs
sweets in eyes looking shadows disappearing
make the dream
make the fool
unfold the winning
of a dark surrender gambling fake face
numbers wondering
how could a trace face meaningless
cramble and fall
in your field of chains
broken glasses
hands bleeding
breathe the ashes
sweets in eyes looking shadows disappearing
make the dream
make the fool
a hand with a hand full of joy and comiseration...
Saturday, May 21, 2011
...through the eyes of love
...you and me
and infinity
hands shaking
in a space between
eyes looking through mirrors
reflections of love and meaning
full is the heart
in the spaces between
goodbye its only a word
never pronounced
never understood
beeing here with you by my own
never forget
never could lose
the faith
the wisdom
your feeling never surrender
my beloved one
freedom has never been a question
freedom never was a perception
when you are you
when we were we
when we can desappeair
and stay forever
forever shadowing the scars of missing
gambling the cards blackened overcoming loss
grab the way never was a question
grab the way never should be a question
when love should stay
when love is
you and me
and infinity
(in memory of an angel)
Thursday, May 19, 2011
...something like alike
dementes do frio que congela lá fora as mãos corroídas da tentação reencontrada no horror da tua ausência
agéis arguidos em papéis descontentando o certame de chuva e raios desmembrados nos cantos da razão
pegadas repisadas em almiscares abandonados ao vento
no tempo
o tempo que se desfaz no reflexo
no teu reflexo
da montra de vidros partidos assaltada em pujantes quedas de brio
vulgos estandartes de glória
escória enaltecida
nos espaços vazios traçados no lusco-fusco das palavras ditas re-escritas no vagar das horas guturais
decalques de memórias
frágeis olhares entrelaçados a preto e branco
dependurados nas vitrines de portas entreabertas
em cartazes de volto já
...já volto.
Tuesday, May 17, 2011
...make a wish
Breathe in escaping empty lines
swallow the moon shinning inside your eyes
make a wish
a single frozen wish
cry if you try
i can never let you lose your guide
through perception
rumors aside
skeletons bleeding walking handling nights and dreams
purchasing the sun and the stars falling appart
angels divide us and claim
between darkness underground lightning bolts
beside truth and freedom colision
there is only slave solitude and cold
borrow the name
scream in shame
glory never asks permission
when love let you in.
Monday, May 16, 2011
Catharsys(tem)
...welcome to the backdoor where the dark man stays awake
forgetable meanings and disconnection
covering fears of deception
welcome to the bloody curtains in chains
following the miserable gates of perception
usual connections fake actions thrown up in wisdoms
lakes drowing your shames
photographs crushed in the desired walls
hurry hollow trees falling appart
houses in windows broken charms and candles
veils bloodbathing
corrupting your brain
whispering in your fucking fucked hands conceived in shadows
when you are not you
in the haunted eyes with flu
cages loading jails
chocolate cream instead brains
bake it shake it break it fake it make it...
...last one day
and then
then
flow away...
...welcome to the backdoor where the dark man stays awake
Sunday, May 15, 2011
...chuva ác(v)ida
o batimento do teu coração acelerado pelo tempo que não tens
disponíveis metáforas de antevisões assombradas da chuva ácida
temperos de rigores em deleite
encarcerados num só pensamento frágil estilhaçado no espelho do teu olhar
quedas o tempo sem demora
corres a fugir da hora que teima em não partir
zum zums e atrocidades
bacs no peito e perversidades sem chão flutuante em chamas
ris sorris em loucuras ardentes
que nas escolhas já foste vão enfermo
saltas de terror ao ver-me
flutuantes chagas sangrantes de lérias esquecidas
trilhos e trilhas e caminhos caminhas pedante
vidas em vimes diletantes
contas os segundos da eternidade que se desfez
ruma agora ao grão de areia da vaidosa dama acorrentada à cama de espinhos e aço
derretido pelo asco do teu leito errante.
Saturday, May 14, 2011
...(a)mor(sor)te
...sentado como calhau encostado ao vento
vagueias na imensidão da obssessiva paixão que te levou à morte
certa da incerteza decadente do outro
livro esquecido na prateleira a ganhar mofo em folhas amarelas e esburacadas
pelos ratos da fome que te comem a cabeça
e os sentimentos
...gotejas imundo em suor escorregas por entre as paredes pintadas de negro do teu fulgor
ágil e veloz em risadas falsas dos ecos que te acobardam ao som do relógio de parede antigo do teu tetra tetra avô inconsciente em fúrias desmedidas
caído e espezinhado nas folhas secas do outono que teima em reinar
rimar
tocar
agarrar.....te nas peças amarrotadas das entranhas amaldiçoadas paralíticas de ti mesmo
ermos encantos
palpitam-te as escórias antigas re-escritas na memória ofuscada da razão
que perdeste
e voltaste a esquecer
que lembrar é coisa de gente que se cuida
negá-lo nas chagas da carne devassada pelo tempo seria
ser
ter
acontecer........te
não adormecer
e
...sentado como calhau encostado ao vento
vagueias na imensidão da obssessiva paixão que te levou à morte
Wednesday, May 11, 2011
...war(m)ning
danger
warm feeling inside your head
constructions above cloudy skyes of whispering
breaking through the walls of desperation
bip alarms following the trees of agreements
loud are the voices of constelations blowing
touching voluptious scars and discriminating windows in pieces
masking undeveloped meanings in advantage
hollow gates in creepy houses glowing in the dark
is your body falling appart
escaping from the sign of inspiration
loveless fellows in closed doors
be youself just follow the map...
Tuesday, May 10, 2011
...cinzas
...e no desprazer em saltos debatidos em conversas desconcertadas
como pautas rasgadas pelo vento em tormentos abalados
arregala os olhos de concentração
focos de glória abatida pelos canhões da vitória gritante da injustiça
esperas que se desfazem sem significado nas horas mortas degoladas sem sabor
promessas inoportunas e chamas enlameadas nos becos pútridos de ilusão
nas escadas rastejam os infames em consciência sangrantes esquecidos
tétricas humildes escolhas sem devassidão enlaçam o viajante perdido
jamais reencontrado na rua decadente de asco pedante
cortantes lúgrubes facas afiadas em olhares dissecados
vulgos sentimentos grotescos de lassidão
vulgares criaturas vagueando nas tonturas da palavra
foge enquanto o tempo não te tolhe para dentro do rumo inerte cadente de brio e fumo das cinzas que não colheste...
Sunday, May 08, 2011
Bye bye bye…as time goes by
Time time time goes by like an hurricane
In sweet temptation
Bye bye bye say goodbye tonight
A last breath instead anger
Missed the point
Missed the view
Blinded by curse
I’ll give u a clue
Shy shy shy
Ashamed and washed up
Like a scattered lullaby fighting for love
Blue notes and glowing blackned hands
Feeding a open book in flames
Catch the shadows
Follow the ashes
Glue glue glue them
Put one more coin in the broken jukebox
Bye bye bye
Sweet anger in the sky
'Cos time… goes by.
Wednesday, May 04, 2011
Chaos(miseration)
Baby mushrooms and closing doors
Screaming whispers and magic floors
Touching mirrors seven disgraces
Masking shames and sadness waitings
Bleeding hearts and silent words
Looking eyes blind by curses
Faults and missings
Mutilations masking a skeleton wall
Lack of self empathy and disgrace
Buried souls in bodies faceless
Left in pieces and echoes moving slowly
Shinning thoughts in a dark cold grave called home should save
You and your lack of commiseration
Leave yourself and don’t say a word
Running fast under a blowing glove
Shut the mouths of untrue
Shut the nerve and the flu
Go rest in pieces
Found youself behind the broken wall.
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