Saturday, June 04, 2011

...é (as)sim



...é o meu desejo a minha vontade de proclamar a verdade
...é o meu desejo o meu capricho de te ter por perto fustigado
cansado de ouvir palavras que não suspirei cantei fretei como a um altar encadeado de sombras
hipnose
subtileza ao toque intocável derramado nas feridas eternas do teu peito
uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento
joguetes em fantoches
urnas de cinzas em calotes
despejadas no cume do vento a jorrar sílabas soltas caídas ao abismo do espaço vazio
entre nós
na teia de aço velas e incenso comprado na loja sem nome em nome de um empréstimo fiado
em desconfiança acesa naquele estábulo imundo e puro de encantos ditos na força da palavra
da surdez na coacção de mais um espirro de ódio e raiva
fustigada de encanto
prantos como músicas de embalar do ontem que seria amanhã
e no amanhecer que seria à noite
palpitações de um segundo
espaço
em segundos
zumbidos no
espaço
desfaço
a louca enternecida de aço trajada a rigor que te abomina os sonhos
na corda bamba da tua sanidade
pulverizada tragicamente nos jogos da infância reencontrada nos teus braços
que uso abuso como encaixes de peças soltas desprovidas de cor que deixei joguei no chão do nosso encantamento...

...é o meu desejo a minha vontade acima da tua realidade surreal
pegadas cravadas no teu peito
fulminadas pelo meu olhar

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