Monday, June 13, 2011

...esquiços de mo(ti)m



...o quadro pintado à tua imagem
molduras extintas nos escombros do que foi um mural
de lamentações em máscaras subjugadas a tiros de balas secas
pólvora nos teus olhos
mel de amargura nos teus lábios de sangue e dor em amor desprezados
claúsulas de compaixão
míseras linhas escritas no vento das marés subalternas em esquiços separados da memória
escassa vã frágil queda ascendente de represálias em cegas folhas de papel mudas

...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado
fantomas ocultos animados pela luz que te oculta
brilho ofuscante do brio na escuridão
grotescas sílabas encobertas no manto de veludo negro que te cobre e aquece nas horas mortas...

shhhiu

...as vozes fazem-se loucas
o chão estremece em segredo tropeça
odores de almíscar em alecrim
flores caiadas nos gritos de infâncias perdidas reencontradas no teu peito
leito
braços que acolhem
falsidades
abraços que escolhem
vítimas do pudor onde te refizeste uno e escasso personagem em peça viva recontada na esfínge de desgraça
como
...a moldura na parede do castelo em ruínas a que chamavas ninho
aprumado de luzes ofuscadas pelas sombras cambaleantes do passado

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